Como fiz as pazes com a ansiedade - Parte 2
Postado por rui vladman fonte em terça, outubro 30, 2012 Em: Casos
Parece que foi ontem! Já passaram mais de dez anos desde a primeira vez que senti os primeiros sintomas, naquela altura não conseguia perceber o porquê deste tipo de doenças me afectar, aliás nem sabia o que eram, já tinha ouvido falar em depressão mais nada, bem, não havia nada que levanta-se suspeitas, tive uma infância feliz e saudável, a adolescência também não foi diferente da minha infância, tinha uma vida banal de um rapaz da cidade, namorava, tinha os meus amigos, fazia desporto e muito, não consumia álcool nem tão pouco fumava, alimentação era cuidada, não tinha problemas familiares, acabei a minha escolaridade obrigatória, formei-me e optei por uma vida profissional e também ela era muito boa para um rapaz de 23 anos, ou seja amava a vida, era feliz, convém também dizer que nunca tive um caso na família com este tipo de patologias.
Isso comigo não acontecia "dizem alguns"
Pois...! A verdade é só uma, uma doença do foro mental me apareceu e mudou a vida por completo até hoje. Não há preparação possível para o que eu senti naquela tarde de verão, ao longo do tempo já senti várias vezes o mesmo, mas a aquela primeira vez foi terrível, só pensava que ia morrer e ponto final! Não havia nada que pudesse fazer que me acalmasse, quem estava comigo dizia para me acalmar mas simplesmente não dava para parar o que sentia, hoje sei que foi uma crise de ansiedade/pânico com os sintomas de um coração a querer sair pela boca, sudorese e falta de ar, só acalmou quando dei entrada nas urgências do hospital e me deram uma bebida que mais tarde soube que era chamada de "amarguinha", lá mais para a frente eu explico o que era.
No final do dia deram-me alta do hospital com diagnóstico stress\pânico e medicado com uns calmantes, os exames feitos foram os básicos, análises, r-x e um electro. Passado três horas já estava noutro hospital diferente com os mesmos sintomas, exactamente com o mesmo diagnóstico, stress\pânico, quase de madrugada sai com uma medicação diferente e com a explicação de tinha que dar tempo para a medicação fazer efeito. Esperei, e passado uma\duas semanas o coração acelerado passou, tal como os suores, bom não é? O problema é que apareceram outros, mal estar abdominal, um aperto na garganta e cabeça, a falta de ar manteve-se (este foi sempre o que mais me atrapalhou a vida).
Durante cerca de dois\três anos fiquei assim, super medicado, adormecia no emprego, irritado, sem paciência, com uma ou outra visita ao hospital de urgência, lá andava meio estático e adormecido, literalmente era um zombie à espera de melhorias, que nunca acabaram por chegar, o que fez saltar para o meu próximo passo.
Parte 3
Parte 1
Parte 3
Parte 1
Em: Casos
Tags: testemunho