Você nasceu de um jeito, eu nasci de outro, e já dizia Caetano Veloso somente nós sabemos a dor e a delícia de ser como somos. Por isso não fique comparando seu sofrimento com o de outra pessoa; não julgue a dor de ninguém como menor que a sua, pois você não tem como saber o quanto aquilo é difícil para quem está vivendo.
Você não precisa diminuir a dor do outro para ter direito de sentir raiva ou de querer que as coisas fossem de outro jeito, e ninguém deveria fazer você se sentir mal por desejar que tudo fosse mais fácil.
Você tem direito de querer não ter que enfrentar determinada situação, mas permanecer com raiva por algo que não podemos mudar não é a melhor saída se quisermos ser felizes apesar das dificuldades que cercam nossa existência.
Uns nascem sem braço, sem perna, sem sentido de visão ou audição e podem lidar com isso se entregando ou enfrentando e superando essa limitação. Outros já nascem com tudo isso, mas durante a vida adquirem doenças que vão lhe acompanhar a vida toda, como a diabetes, a ansiedade, a depressão.
E não importa o quanto detestem as picadas todos os dias para aplicação de insulina, a restrição de alimentação, os remédios para acalmar a mente, a muleta ou cadeira de rodas, e os exercícios para conseguir viver de um jeito que para outros é fácil e natural, se quiserem ficar bem precisarão aceitar que são como são, e continuar empenhado (a) em viver bem apesar de suas limitações.
Tamires Damasio